"Suspiro, anseio secreto revelação de um afeto..."



8 de junho de 2009

Curtas: Meg

Curtas são pequenas (é óbvio! Será que alguém pensa diferente?!...)
frases de cunho poético que podem ou não fazer parte de uma poesia.
Todo bom escritor, poeta, compositor tem suas curtas, algumas selecionadas pelo público, outras pelos críticos e algumas, pelos próprios autores em algum momento (entrevistas, artigos...).
São Curtas de Drummond, Curtas de Vinicius, Curtas de Chico, Curtas de Clarice, de Lya...
E eu estava aqui pensando, e as minhas curtas??
Bem, selecionei algumas, umas quatro, então...Lá vai:
*A vida ganha um novo sentido quando os desejos mais profundos do coração do homem são realizados.
*Às vezes eu me retraio. Calo. Procuro refúgio em meus pensamentos. Em momentos assim, uma palavra pode mudar tudo

*Talvez no fundo eu ainda seja aquela menina que olha pedindo carinho e abraça querendo proteção.
*O interessante da língua é o prazer que ela nos dá.
Meg H.

(Filo)Equilíbrio

Eu sou lúcida na minha loucura, permanente na minha inconstância, inquieta na minha comodidade.
Pinto a realidade com alguns sonhos, e transformo alguns sonhos em cenas reais. Choro lágrimas de rir e quando choro pra valer não derramo uma lágrima. Amo mais do que posso e, por medo, sempre menos do que sou capaz.
Busco pelo prazer da paisagem e raramente pela alegre frustração da chegada. Quando me entrego, me atiro e quando recuo não volto mais. Mas não me leve a sério, sei que nada é definitivo. Nem eu sou o que penso que eu sou. Nem nós o que a gente pensa que tem.
Prefiro as noites porque me nutrem na insônia, embora os dias me iluminem quando nasce o sol. Trabalho sem salário e não entendo de economizar. Nem de energia. Esbanjo-me até quando não devo e, vezes sem conta, devo mais do que ganho.
Não acredito em duendes, bruxas, fadas ou feitiços. Nem faço simpatias. Minha fé é no Deus do otimismo. Quando é impossível, debocho. Quando é permitido, duvido.
Não bebo porque só me aceito sóbria, não fumo pra enganar a ansiedade e não aposto em jogo de cartas marcadas. Penso menos do que falo, e falo muito.
Nem sempre o que você quer saber eu sei, mas não deixo de falar.Gosto de cara lavada — exceto por um traço preto no olhar — pés descalços, nutro uma estranha paixão por camisetas velhas e sinto falta dos meus dreads locks coloridos que me iluminavam e me coloriam. Mas há uma mulher muito presente em algum lugar em mim que usa caros perfumes, sedas importadas e brilho no olhar, quando se traveste em sedução.
Se você perceber qualquer tipo de constrangimento, não repare, eu não tenho pudores.
E note bem: não sou defensiva, mas agressiva. Ousadia onde você vê impaciência. Sensatez onde você pensa que é falta de coragem.Mas mesmo assim, sempre pinta um momento qualquer em que eu esqueço todos os conselhos e sigo por caminhos escuros. Estranhos desertos. E, ignorando todas as regras, todas as armadilhas dessa vida urbana, dessa violência cotidiana, se você me assalta, eu reajo. E não penses que me defendo, mas sim te ataco.
Eu nunca deixo de tentar por ter medo de errar, nunca deixo de agir por ter medo de incomodar, nunca deixo de lutar por ter medo de apanhar, nunca deixo de gostar por ter medo de viciar, nunca deixo de falar quando todos se calam, nunca deixo de sorrir quando todos entristecem, nunca deixo de colorir quando tudo perder a cor, nunca deixo de brilhar quando tudo escurecer; eu nunca deixo de contrariar. Porque ser a capa e ser a contracapa é a beleza da contradição, é negar a si mesmo.
Para o que se acha muito sensual, não penses nem por um segundo que me atiro em teus braços por puro desejo. O que faz com que eu me entregue é o teu olhar forte e desafiante que me atrai, me domina e me entorpece de sensações e me faz delirar. Eu recuo diante de tanta complexidade, porém desnudo desejo de ser menina e mulher, de ser inocente e consciente, de ser a mais rara das misturas!Eu me olho por dentro e vejo sentimentos e sensações. E quando não gosto do que vejo, do que me dizem ou do simples fato de me contrariarem, eu me jogo contra tudo isso que não aceito ou não concordo; não é coragem, mas sim irreverência.
E tal irreverência me leva a mais louca e inesperada vontade de ser tudo o que não sou; de ser adulta. De ser mulher e agir como tal sem dependência, mas sim com independência; com liberdade.E assim vou caminhado pelas ruas com a simplicidade e doçura, sensualidade e perspicácia; lúcida, porém confusa.
Vou me aceitando e me acostumando a ser quem e como sou.
Pode não ser avassalador, mas é o suficiente pra me fazer sorrir!
Viva da melhor maneira possível: da sua maneira.

4 de junho de 2009

Amor, Amar

O que é o amor se não amar.
Amar simplesmente amar.
Amar e se entregar, olhar para o outro e se enxergar.
Morrer de amar.
Ter prazer em amar, por amar e amar.
Beijar e amar.
Ir pra cama e amar.
Gozar e amar.

"O amor é um estado intenso de insanidade mental"

Meg Heloise

POLÍTICA EDUCACIONAL?

Quando o assunto é educação, imediatamente pensa-se em qualidade e, contiguamente ao pensar-se em qualidade, pensa-se em política. Mas a que espécie de política a educação está vinculada?
A política que envolve, ou ao menos deveria envolver, a educação preza antes de tudo, pelo respeito às pessoas envolvidas no processo de ensino aprendizagem, de maneira mais direta: o professor e o aluno. Praticar uma política educacional não significa fazer “politicagem”, angariar votos, ou até mesmo, fazer dos profissionais de educação meros fantoches, agindo de maneira ditatorial, disseminando o medo, o medo de perder não só o posto de professor ou diretor como o salário e, a revolta que é abafada pelo medo.
Ora, o ensino ditatorial já não cabe no século XXI. O professor é um cientista educacional, que orienta, coordena, media e atua como organizador do processo de ensino - aprendizagem.
Relembremos então o conceito de educação: A palavra educação vem de educare, e quer dizer, ação de amamentar. O termo educação também tem origem na raiz latina educere, que pode ser explicada como a ação de orientar o educando. Atualmente, as práticas pedagógicas em sala de aula acolhem esta etimologia.
A palavra política está amparada pela expressão grega polis, que quer dizer cidade. Os termos política e cidade remetem à vida em sociedade, permeadas de ações e atuações de direitos e deveres, de modo que a escola trabalha não só a cidadania, mas a política a que a ela está associada, dentro de uma perspectiva democrática. A escola tem função primordialmente social.
A política no âmbito educacional refere-se à instrução ou aos procedimentos de formação que se dão para fins educativos e que não se restringem aos muros escolares. Ao falar em política educacional, faz-se alusão a uma política que trata da educação escolar em seus níveis e modalidades em contorno abrangente, à educação básica (educação infantil, ensino fundamental e ensino médio) e à educação superior.
Política educacional não significa política partidária, pois esta deve ser estabelecida em espaços e ambientes adequados, a escola é o ambiente favorável para atentar à qualidade da aprendizagem, ao bem comum do seu cidadão, da coletividade, da comunidade e, sobretudo da respeitabilidade, seja com seres humanos, profissionais ou aprendizes, portanto dentro da instituição Escola, a política sem intenção partidária, deve ser objeto constitucional do currículo, a outra, não faz parte desse universo.

O QUE É SER HUMANO?

Humano segundo o dicionário é relativo ao próprio homem; Bondoso, humanitário.
Humanitário por sua vez, é o que visa o bem da humanidade, ou de um grupo de humanos; Bondoso, humano.
Até que ponto nós somos humanos?
Será que nós somos realmente humanos?
Na evolução das espécies nós nos destacamos pelo grau de racionalidade, no entanto toda essa evolução não serviu para que nós nos tornássemos realmente humanos, dotados de bondade. Humanitários.
Os irracionais matam para sua sobrevivência, ou atacam quando se sentem ameaçados, é a cadeia. Nós matamos por simplesmente matar. Porque vai preencher o ego, “porque eu sou mais forte do que o outro e preciso provar isso”.
Não temos amor ao próximo.
Seria mais adequado falar então em brutalidade humana, ou melhor, bruto humano, por tal selvageria. Compaixão? Empatia? Não são qualidades, são defeitos.
Na noite do último dia 30 de maio, um humano frio, cruel, atropelou dois jovens em São Paulo, não por acidente, mas por vontade, por querer. Um deles, o Rafael, morreu na hora, o outro, Vinicius, teve traumatismo craniano e está no hospital. O criminoso: tem 19 anos apenas.
Que ser humano é esse que não se importa com a vida alheia, que tem alma assassina, perversa, vingativa, que calcula a morte. Que espécie é essa? Que se corrompe, agride, magoa, fere. Será que é humano?
O que é “ser” humano?
A cada dia nos noticiários temos a prova de que vivemos em uma sociedade com indivíduos nefandos, sem humanidade.
Dizem por aí que todos nós somos iguais, mas eu prefiro pertencer a qualquer outra espécie que não seja a humana, eu prefiro ser diferente, mas ter bondade, dignidade, compaixão e amor pela vida. Tenho certeza que você também.